Roberto Alban Galeria

Artistas Artista

Veridiana Leite

Residência Ey!Studio AiR

Begonya Garcia

Durante sua estadia na Residência Ey!Studio AiR, a artista brasileira Veridiana Leite dançou de muitas maneiras, não apenas com o corpo, mas também com os gestos, o olhar e sua maneira de compor. Partindo do vínculo que tem com a dança como ex-bailarina profissional, como se de uma coreografia se tratasse, a artista foi realizando pequenos esboços como ensaio que lhe permitiram lançar-se à pista, neste caso, a tela em branco, e ir compondo, ao mesmo tempo, diferentes pinturas interconectadas que estiveram sempre visíveis durante todo o processo de trabalho, criando camadas de informações, texturas e narrativas que a conectaram com o passado. É a primeira vez que Veridiana Leite incorpora a dança em suas pinturas, realizando uma viagem ao seu eu adolescente, e numa temporalidade cíclica, apareceram esses anseios, lembranças e cores que parecem nunca ficar para trás. Partindo de autorretratos que a artista fez enquanto dançava, ela incorporou o corpo fragmentado em movimento, o ritmo, acrescentando ainda mais liberdade gestual à sua pintura, recriando aquela sensação que só se vive dançando, onde corpo e mente se conectam simplesmente para existir naquele exato momento, como uma ação meditativa. Observar atentamente a pintura de Veridiana Leite é adentrar em mil e uma paisagens, entre a nostalgia, as lembranças e o emocional, descobrindo detalhes de uma iconografia própria que a artista vem trabalhando há muito tempo, criando uma linguagem pessoal à qual agora se soma a dança. "Quero morrer dançando" foi o que um artista espanhol disse a Veridiana Leite durante uma noite de festa em Madrid, e que, se você observar, encontrará escrito em uma de suas obras, uma declaração que a artista leva de volta para casa.

 

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