Solicitar informações
Pedro David, na atual exposição Espiral Contínua, nos oferece a metáfora da espiral. Didi-Huberman, ao tratar do trabalho de Guiseppe Penone, nos esclarece que a espiral, o “caracol” se realiza quando o “espaço de nossa visibilidade familiar se distorce” e se transforma num lugar estranho, paradoxal.
Alejandro Castellote
Na atualidade, não apenas tem triunfado o modelo urbano europeu-protestante, também tem se instaurado um paradigma de representação – especialmente na fotografia contemporânea – que aspira à objetividade e, por consequência, a sustentar a bandeira do desaparecimento da presença subjetiva do autor, eliminando, nas palavras do casal Becher, “todo o superficial, narrativo, emocional, vegetativo e efêmero”. A arte contemporânea, em geral, e a fotografia, em particular, têm se concentrado ultimamente no debate da representação, tanto em sua acepção política, como identitária, social e cultural, deixando, em segundo plano, a experiência sensível. A vontade de representar, à maneira da escola alemã, estas paisagens periféricas em que o limite entre uma percepção do lugar como tal e a do lugar percebido pelo filtro da história é quase imperceptível, desarticula a continuidade da experiência e da percepção subjetiva, mas facilita a incrustação de diferentes discursos, o que torna mais apetecível para os curadores esse tipo de representação.