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Guilherme Bueno
Há duas cenas marcantes da história da pintura na metade do século XX: a primeira, mais conhecida, é a sequência com Jackson Pollock filmada por Hans Namuth, na qual ele comenta rapidamente seu método de trabalho, logo a seguir "demonstrado" em uma tela e um vidro; a segunda, célebre mas menos vista, traz o encontro de Duke Ellington e Joan Miró no ateliê do último em Jan les Pins, no sul da França.
Mario Gioia
Álibis, Desvios e Atos Falhos sedimenta um caminho para o qual a obra de Guilherme Dable se dirigia com naturalidade. Isso é atestado especialmente pela peça tridimensional que o artista gaúcho instala na maior sala expositiva da galeria Eduardo Fernandes. A primeira individual de Dable em São Paulo apresenta um conjunto fluido de trabalhos, em que a pintura, o desenho, a escultura e a instalação são linguagens que se mesclam e geram resultados de difícil determinação, mas dotados de sentidos e significados móveis e inquietos.
Adriane Hernandez
Quando o desenho mostra tantas ausências, desmentiria ele a lógica do desenho e do desenhar? Conduzindo insigni_câncias pela potência de um vazio, com pouco – ou muito – ruído, faz notar-se.
Eduardo Veras
Há algo meio hipnótico no encontro de diferentes materiais. Nos desenhos de Guilherme Dable, mesmo depois de os trabalhos serem dados como prontos, os materiais permanecem, um a um, mais ou menos reconhecíveis: o papel branco, que nunca desaparece por completo e cujas porções – justamente, em branco – são decisivas na construção da imagem; o grafite, base da linha, base do desenho; a tinta acrílica; a perfumada cera de abelha; o bastão de óleo; a fita crepe, que, mesmo depois de removida, deixa o traço rascante de sua presença.